O que mais chama a atenção nesta tetracilindrica da Suzuki, é sem dúvida a sua versatilidade. Bonita no design e funcional tanto no trânsito quanto na estrada.
Peguei a moto virgem, com apenas 50 quilômetros rodados, o que
significa que ainda estava meio “travada”, mas isso não impediu de
verificar a disposição do seu motor de 656cc que produz 85hp (10.500rpm), despejados no asfalto pela sua transmissão de 6 marchas.
Câmbio
Diferentemente do motor da versão de 1250cc, a Bandit 650 não
tolera erros de marchas, se colocar uma marcha muito alta, ela fica
“xoxa” e o piloto tem que reduzir rapidamente. Isso aconteceu em subidas
também. Marcha muito alta em baixa rotação (<4000)? A moto perde potência e velocidade e é necessário reduzir.
Típico de tetracilíndricas, porém mais perceptível nas menores. Não é
um problema, apenas uma características. A haste do câmbio é macia e não
engasga na hora que é acionada.
Motor
Também característica das motos de “quatro canecos” (4 tempos, 4 cilindros, 16 válvulas DOHC), ela funciona muito melhor em alta rotação. Normalmente rodo com uma Harley Road King,
que é o extremo oposto. Dá para contar o giro do motor de cabeça.
Quando mudo para uma “tetra”, tenho que acostumar a manter a rotação
acima dos 3 ou 4 mil giros para ficar confortável e com troque adequado.
Agrada o motor fechado refrigerado a água e o som produzido por ele é um dos mais belos da categoria. Não preciso dizer que o escapamento é um dos maiores responsáveis por isso, o que é também marca registrada da linha GSX/F da Suzuki.
Com transmissão por corrente, a resposta é rápida e a retomada não
compromete, desde que esteja em rotação alta. Ultrapassagens são feitas
de forma segura. Claro que sua irmão maior (1250cc) é um canhão que não
merece comparação neste quesito.
Conforto
O assento é bem ergonômico e a distância do guidão, adequada.
Tenho 1,80 e me senti bastante confortável, tanto para manobras
“fechadas” quando para pequenos tiros na estrada (Jundiaí – SP). O garupa fica em posição levemente elevada em relação ao piloto em um assento recortado e separado,
porém, se não ficar na posição “meu Deus, tenho lordose” com a bunda
levemente arrebitada, ele vai parar colado ao piloto no assento de
baixo. Recebi algumas reclamações da garupa do ponto de vista
ergonômico. Claro que a alça traseira ajuda muito na estrada e em
velocidade cruzeiro. Mas fica instável, no “freia-acelera” do perímetro
urbano.
Conjunto Óptico e Instrumentos
Nada de especial a declarar, a Suzuki apenas
reformulou o design, o que a deixou mais moderna com linhas retas. Boa
visibilidade noturna e sob chuva (peguei uma garoa forte). O formato e a posição dos retrovisores são excelentes e oferecem uma visão ótima do asfalto passado.
Os instrumentos são adequados, e trazem um painel bonito e funcional, com conta-giros analógico, velocímetro digital, indicador de marcha, hodômetro total e dois parciais.
Freios e Pneu
A Suzuki acertou nos pneus –
frente: 120/70; traseiro: 160/60 – sem câmara. Aliado a suspensão,
agarram bem no asfalto da estrada, permitindo uma pilotagem mais
agressiva e com segurança.
Suspensão
Telescópica de 13cm na frente com ajuste de pré-carga e traseira com mola ajustável (força de compressão e retorno). No esburacado bairro de Perdizes em São Paulo, a moto absorveu razoavelmente bem as crateras,
mas deixou bem claro que ela não é para isso, gera um certo desconforto
para a montaria. Gosta de pista lisa e longa, tanto para a suspensão
quanto para o motor.
Ciclística
Aqui identifico um ponto alto, aliado ao pneu, a moto é justinha nas curvas de alta e baixa,
mesmo quando acionei o freio na curva (não faça isso em casa), ela
permaneceu estável, apesar de brigar um pouco para ficar ereta. Acelerar
nas retas é um conforto emoldurado pelo delicioso ruído do motor e da
suspensão que segura a frente no chão. Muito agradável mesmo!
Consumo
Beberrona, claro que depende de como for conduzida,
mas para ficar interessante mantendo a rotação alta e uma velocidade
condizente com a moto, prepare o bolso para encher o tanque de 19
litros. Fez 22 km/l em modo “manso” (incluindo trechos de estrada) e 16
km/l em modo “nervoso” (com 90% de trechos urbanos).
A Prima “S”
A Bandit 650/S trás um acabamento mais esmerado na frente, com carenagem e espelhos mas bem acabados, mas de alma é a mesma boa e velha Bandit.
Conclusão
Equilíbrio e suavidade são as palavras que melhor definem a moto.
Nesta categoria de moto e preço (R$ 30.900,00), é uma excelente entrada
para o mundo dos quatro cilindros. O novo visual dará mais fôlego para
continuar como uma das preferidas da categoria de Naked de 650cc. E juntem as características de motor amigável porém potente, e versatilidade.
Fonte: Best Riders
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