É muito comum ouvir que uma ou outra moto é ruim na
hora de fazer curvas. Você mesmo, andando em diferentes modelos de
motos, certamente sentiu alguma dificuldade em contornar uma determinada
curva com sua moto. Parece que a moto é dura, tem vida própria e só
quer ir reto. Bom, existe uma técnica para entender tudo isso.
É muito fácil confundir uma moto ágil (aquela que responde rápido a qualquer solicitação, como um simples toque no guidão) com moto de curva
(aquela que contorna a curva em segurança e que permite grande
inclinação). A facilidade ou dificuldade de contornar as curvas com uma
moto está na harmonia que o conjunto ciclístico oferece. Ele é
determinado por muitas variáveis como distâncias entre eixos, perfil dos
pneus, tipo do chassi, tamanho das rodas e peso do conjunto.
Independente da moto, uma coisa é certa: ela foi feita para fazer
curvas!
Este post dará maior importância a duas características da
motocicleta que ajudam na hora de fazer uma curva: limite físico e
limite de segurança.
- O limite físico é o limite onde as partes fixas da
moto, como pedaleiras, mata-cachorro, descanso lateral, central,
escapamento e bolsas laterais encostam no chão durante a curva.
- O limite de segurança é o limite da borda lateral
dos pneus, conhecido como “ombro” ou “borda do ataque”, como muitos
pilotos chamam. É o limite de aderência com o piso.
Reconhecendo estes limites é possível traçar uma trajetória correta e
segura da curva. Porém, os limites são diferentes para cada estilo de
moto e, de forma geral, podem ser definidos assim:
ESPORTIVA: limite físico e de segurança bem altos e, normalmente, as pedaleiras encostam no chão antes de se chegar ao “ombro” dos pneus;
CUSTOM: possuem muito limite de segurança, porém com
pouco limite físico; é comum contornar curvas raspando a pedaleira sem
chegar perto do limite de segurança;
SCOOTER: o que pode ser muito aproveitado é a sua
agilidade, não precisando muito de inclinação para se manter na
trajetória da curva. Mas são motos com limites razoáveis tanto no perfil
de seus pneus quanto nos limites físicos;
STREET E CUB: possuem ótimos limites físico e de
segurança. Mas deve-se tomar cuidado com alguns modelos que têm
pedaleiras fixas, não retráteis. Se encostarem no chão com muita força a
roda traseira sai do chão;
NAKED: muitas nakeds possuem limite físico muito
alto (igual às esportivas). Porém, como há diferenças nas suspensões, o
peso do piloto não irá influenciar tanto para baixar a moto e fazer as
pedaleiras fazerem o limite físico. Alguns modelos podem vir com pneus
de pouca flexibilidade, gerando a necessidade de muita atenção para não
sofrer um acidente nas curvas;
TRAIL E BIG TRAIL: muitos acham que, por serem
altas, os limites físicos não encostam no chão. Mas com pneus mais
voltados para asfalto e com suspensões mais macias, o peso do piloto
influencia muito. Há motos neste estilo que são muito altas e os limites
de segurança das laterais dos pneus são poucos em relação a sua
ciclística. Então, ao invés de inclinar demais, aproveite a agilidade
destes modelos;
MOTARD: agilidade com muito limite de inclinação.
Pedaleiras encostam facilmente no chão e ainda tem pneu para inclinar.
Tome cuidado para não sofrer uma queda com este modelo.
De olho na curva: manter a visão fixa no final da curva ajuda a manter o trajeto ideal.
Falamos sobre os limites para cada estilo
de moto. Agora, temos uma última recomendação para contornar as curvas
com segurança sem sair da sua trajetória: a direção do olhar.
Se você quer terminar a curva, é preciso olhar para onde você quer ir.
Olhe para o final dela. Muitos acidentes acontecem porque algumas
pessoas, por vício de pilotagem ou não, deixam o olhar fixo para frente
enquanto realizam a curva. Outros olham para o chão bem próximo, bem a
sua frente. O correto é olhar para o final da curva e cumprir o traçado
dela. Assim estará programada a trajetória.
Experimente, é fantástico. Você vai ter a sensação de que a moto vai sozinha.
FONTE: MotoOnline
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