Motoclube 'Boinas Pretas' leva para as estradas a ética e rigidez militar
Grupo foi fundado há 14 anos por integrantes da Rota, da Polícia Militar. Um dos 'comandos' do motoclube fica em São Vicente, no litoral de SP.
'Route 66', sede do motoclube 'Boinas Pretas' no litoral de São Paulo (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
Fundado há 14 anos por dois policiais militares integrantes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), juntamente com um amigo, o motoclube "Boinas Pretas" leva a ética e a rigidez militar para as estradas de todo o Brasil e até de outros países da América do Sul. Um dos "comandos" do grupo, como são chamadas as sedes regionais, fica em São Vicente, no litoral de São Paulo.
O nome da sede na Baixada Santista, "Route 66", é uma referência à famosa estrada norte-americana e à localização do "comando", o Km 66 da Rodovia dos Imigrantes. Já a boina preta, marca registrada do grupo, tem vários significados. "Inicialmente, quando o motoclube foi fundado, houve várias sugestões de nomes. Como a intenção era ser o melhor e mais disciplinado motoclube, com a conduta mais perfeita, a boina preta foi escolhida, por simbolizar a elite da Polícia Militar. Além disso, a boina tem duas fitas pretas na parte de trás, que significam luto pelos irmãos que já se foram e pelos que ainda vão. Nenhum outro motoclube do Brasil pode usar a boina preta, está registrada e patenteada. Isso ajuda os integrantes a se identificarem à distância em encontros de motociclistas, que chegam a reunir até cinco mil pessoas", explica Renan Gutierrez, diretor do "Boinas Pretas" no litoral paulista.
Júlio Henrique Florêncio de Melo, mais conhecido como "Falcão", é presidente do motoclube e um dos três fundadores do "Boinas Pretas". Ele explica que hoje o grupo não é formado só por militares, mas que a rigidez é a mesma do início. "Antes de fundar o motoclube, nós já éramos motociclistas. A gente rodava bastante, víamos vários clubes, mas todos eram iguais, ideologia, roupa, então pensamos em criar algo diferente. Foi quando surgiu o 'Boinas Pretas'. A princípio, era para ter só policiais, mas com as escalas de serviço e a correria, muitos não tinham tempo, então fomos abrindo espaço para os amigos, pessoas que gostam da Polícia Militar. Isso é importante, porque não adianta a pessoa entrar não gostando. Querendo ou não, existe um militarismo dentro, uma hierarquia", diz.
O "Boinas Pretas", hoje com cerca de 280 integrantes, foi fundado há 14 anos em São Paulo. Além do "comando" do litoral, já existem sedes no interior do Estado, em cidades como Araras e Presidente Prudente, e em outros estados, como Paraná e Santa Catarina. "E está crescendo mais ainda, logo vamos abrir uma sede no Nordeste", revela o presidente do grupo.
Quem quiser se candidatar a ser um "Boina Preta" deve se preparar para, no mínimo, um ano de avaliação, que inclui até viagens para outros países da América do Sul. O "patch", como é chamado o símbolo do motoclube bordado no colete, vai sendo completado no decorrer do processo. "Para começar, o candidato não pode ter nenhum problema com a justiça, não pode ter sido preso. Ele vai passar a rodar conosco no tempo de um ano ou mais, para conhecer a ideologia do motoclube e ver se é isso mesmo que quer. Ele vai analisar o grupo e nós vamos analisá-lo. É preciso conhecer todos os 'comandos', depois desse período, se aprovado, ele fará parte do clube", explica "Falcão".
O biólogo William Wallace Dias Bernardo da Silva, de 24 anos, é um dos candidatos a "Boina Preta", e tem gostado da experiência. "Eu os conheci através da minha família, que fazia parte de um outro grupo, há três anos, mas só há alguns meses entrei no 'Boinas Pretas'. O que me atraiu foi a seriedade com que eles tratam os pricípios do motoclube, como a avaliação de quem está chegando, o fato de ser preciso passar por um tempo de adaptação, para conhecer o clube e ser conhecido, a valorização da família. Não é simples e fácil entrar e permanecer, mas estou gostando, me adaptando, conhecendo as condutas", finaliza William.
'Route 66', sede do motoclube 'Boinas Pretas' no litoral de São Paulo (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
Fundado há 14 anos por dois policiais militares integrantes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), juntamente com um amigo, o motoclube "Boinas Pretas" leva a ética e a rigidez militar para as estradas de todo o Brasil e até de outros países da América do Sul. Um dos "comandos" do grupo, como são chamadas as sedes regionais, fica em São Vicente, no litoral de São Paulo.
O nome da sede na Baixada Santista, "Route 66", é uma referência à famosa estrada norte-americana e à localização do "comando", o Km 66 da Rodovia dos Imigrantes. Já a boina preta, marca registrada do grupo, tem vários significados. "Inicialmente, quando o motoclube foi fundado, houve várias sugestões de nomes. Como a intenção era ser o melhor e mais disciplinado motoclube, com a conduta mais perfeita, a boina preta foi escolhida, por simbolizar a elite da Polícia Militar. Além disso, a boina tem duas fitas pretas na parte de trás, que significam luto pelos irmãos que já se foram e pelos que ainda vão. Nenhum outro motoclube do Brasil pode usar a boina preta, está registrada e patenteada. Isso ajuda os integrantes a se identificarem à distância em encontros de motociclistas, que chegam a reunir até cinco mil pessoas", explica Renan Gutierrez, diretor do "Boinas Pretas" no litoral paulista.
Júlio Henrique Florêncio de Melo, mais conhecido como "Falcão", é presidente do motoclube e um dos três fundadores do "Boinas Pretas". Ele explica que hoje o grupo não é formado só por militares, mas que a rigidez é a mesma do início. "Antes de fundar o motoclube, nós já éramos motociclistas. A gente rodava bastante, víamos vários clubes, mas todos eram iguais, ideologia, roupa, então pensamos em criar algo diferente. Foi quando surgiu o 'Boinas Pretas'. A princípio, era para ter só policiais, mas com as escalas de serviço e a correria, muitos não tinham tempo, então fomos abrindo espaço para os amigos, pessoas que gostam da Polícia Militar. Isso é importante, porque não adianta a pessoa entrar não gostando. Querendo ou não, existe um militarismo dentro, uma hierarquia", diz.
O "Boinas Pretas", hoje com cerca de 280 integrantes, foi fundado há 14 anos em São Paulo. Além do "comando" do litoral, já existem sedes no interior do Estado, em cidades como Araras e Presidente Prudente, e em outros estados, como Paraná e Santa Catarina. "E está crescendo mais ainda, logo vamos abrir uma sede no Nordeste", revela o presidente do grupo.
Quem quiser se candidatar a ser um "Boina Preta" deve se preparar para, no mínimo, um ano de avaliação, que inclui até viagens para outros países da América do Sul. O "patch", como é chamado o símbolo do motoclube bordado no colete, vai sendo completado no decorrer do processo. "Para começar, o candidato não pode ter nenhum problema com a justiça, não pode ter sido preso. Ele vai passar a rodar conosco no tempo de um ano ou mais, para conhecer a ideologia do motoclube e ver se é isso mesmo que quer. Ele vai analisar o grupo e nós vamos analisá-lo. É preciso conhecer todos os 'comandos', depois desse período, se aprovado, ele fará parte do clube", explica "Falcão".
O biólogo William Wallace Dias Bernardo da Silva, de 24 anos, é um dos candidatos a "Boina Preta", e tem gostado da experiência. "Eu os conheci através da minha família, que fazia parte de um outro grupo, há três anos, mas só há alguns meses entrei no 'Boinas Pretas'. O que me atraiu foi a seriedade com que eles tratam os pricípios do motoclube, como a avaliação de quem está chegando, o fato de ser preciso passar por um tempo de adaptação, para conhecer o clube e ser conhecido, a valorização da família. Não é simples e fácil entrar e permanecer, mas estou gostando, me adaptando, conhecendo as condutas", finaliza William.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário, esteja a vontade para acessar todo o conteúdo do blog.