quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Dia triste no motociclismo: piloto brasileiro morre nos treinos de Moto 1000GP


O piloto brasileiro Daniel Lenzi perdeu a vida, este fim de semana, depois de uma queda na prova de Moto 1000GP, onde corre também o português Miguel Praia, no Autódromo de Curitiba, em Pinhais.
Motociclismo: piloto brasileiro morre nos treinos de Moto 1000GP
O trágico acidente aconteceu no último treino livre para o Grande Prémio Curitiba. Lenzi, da equipa Grinjets, sofreu um toque de Nick Iatauro e acabou por perder o controlo da sua moto, embatendo com violência nos rails de proteção. 

Socorrido de imediato, o piloto de 34 anos não resistiu ao forte impacto e morreu já no hospital.

“Foi um acidente num local pouco habituial para saídas de pista, numa tarde com ótimas condições de pista e visibilidade normal”, revelou o diretor de prova Domingos Oliveira Júnior.

O treino foi imediatamente paralisado com bandeira vermelha. “Levamos poucos segundos para chegar ao local do acidente”, contou o doutor Carlos Wahle, chefe da equipe médica do Moto 1000 GP. 

“Encontramos o piloto em decúbito ventral (de bruços) e a sangrar. O piloto foi imobilizado, entubado e transferido com vida pata o hospital. Todo o procedimento, incluindo o trajeto até hospital, levou dez minutos”, explicou.

O piloto acabou por não resistir aos ferimentos. “Perdemos mais que um piloto. Perdemos um grande amigo, um dos sorrisos mais alegres do nosso evento”, lamentou o diretor do Moto 1000 GP, Gilson Scudeler. 

Esta é a terceira morte nos últimos dois anos nesta competição. No ano passado, Cristiano Ferreira morreu aos 29 anos em Interlagos e em maio deste ano, Emerson Hidalgo passou duas semanas internado até falecer, após um acidente em Santa Cruz do Sul.
Fone: Autoportal

A capital do Motociclismo em 2015 será Jerez de La Frontera

A cidade andaluza de Jerez de La Frontera foi nomeada pela Federação Internacional de Motociclismo como a capital mundial do motociclismo em 2015, naquela que é uma nova iniciativa da entidade máxima do motociclismo mundial de forma a promover não apenas as provas mas igualmente a região anfitriã. Esta escolha surge depois de Jerez de La Frontera se ter tornado cidade anfitriã em 2015 de diversas provas de Campeonatos do Mundo, já que ao habitual Moto GP se juntam no próximo ano os Campeonatos do Mundo de Superbike, Enduro e Trial.
Juntamente com o recheado calendário de provas a cidade irá acolher uma série de eventos centrados ao redor da presença feminina no motociclismo, segurança nas duas rodas, segurança dos motociclistas e liderança, o mesmo se passando com vários cursos de treinos agendados. O anúncio oficial será feito no decorrer da Gala Anual da FIM, que decorrerá precisamente em Jerez de La Frontera no próximo dia 22, no mesmo fim-de-semana em que se realiza a Assembleia Geral da FIM, igualmente na cidade andaluza.
“Ter Jerez de La Frontera como a primeira Capital Mundial do Motociclismo irá também ser um barómetro para as próximas cidades. A cidade é famosa por muitos motivos e com esta nomeação encontramos uma oportunidade imensa para divulgar não apenas as provas da FIM mas igualmente toda esta magnifica região”, referiu o atual presidente da FIM, o venezuelano Vito Ippolito.
As autoridades espanholas estão totalmente empenhadas em aproveitar ao máximo esta distinção, querendo mostrar ao mundo que Jerez de La Frontera é muito mais que o circuito que habitualmente acolhe uma das mais mediáticas corridas do mundial de Moto GP. A região é também conhecida pela escola equestre e pela produção de vinhos espirituosos, sem esquecer naturalmente os destinos de Verão.
“Este fim de semana Jerez converte-se na primeira cidade a ostentar o titulo de Capital Mundial de Motociclismo e com ele iniciamos uma programação que a converterá durante os próximos três anos uma referencia para o desporto e turismo internacional”, declarou Garcia-Pelayo. “Esta iniciativa partiu de Vito Ippolito, presidente da Federação Internacional de Motociclismo”, recordou a alcaide de Jerez.
Fonte: fozmotor.com

domingo, 9 de novembro de 2014

Yamaha FJ-09 surge por engano em site oficial da Yamaha EUA

A Tourer da Yamaha se chama FJ-09 e tem como base a naked MT-09. A fabricante não conseguiu manter segredo sobre sua novidade desde o principio. Primeiro foi o registro direto do nome “FJ-09” deixando claro que uma variação da MT-09 estaria por vir. Depois foram as fotos em preto e branco utilizadas para patentear a aparência da novidade que surgiram na rede. E agora uma falha acidental de algum funcionário da Yamaha dos EUA fez com que a foto oficial da nova FJ-09 acabasse indo parar diretamente no site americano da fabricante.

Assim que o erro foi percebido a imagem foi rapidamente retirada do site, porém, já era tarde demais até que alguns sites especializados já estivessem com a imagem em seu poder. Abaixo segue o flagra da nova FJ-09 que vazou na página oficial da Yamaha EUA.

Nova Yamaha FJ-09

Com aspecto e quase toda sua característica voltada para uma Tourer (Turismo) a nova Yamaha FJ-09 também traz detalhes que remetem a uma aventureira, como os protetores de mão ou o para-brisa. Seu design é muito parecido com a nova Versys 650, da Kawasaki.

Sem muitas informações sobre o modelo fica perceptível que ela usa como base a estrutura mecânica da MT-09. Talvez o propulsor seja exatamente o mesmo, um motor de 3 cilindros, com refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC, 4 válvulas e 847cc que é capaz de gerar 115cv de potência e torque máximo de 8,9kgf.m, ou, talvez surjam algumas modificações para empregar o estilo Tourer na novidade.

O lançamento da nova Yamaha FJ-09 deve ocorrer no próximo Salão de Milão 2014 que ocorre no início de novembro. A novidade será comercializada inicialmente na Europa e EUA.
Ficha Técnica Yamaha FJ-09 (base MT-09)

Tipo de motor
3 cilindros, refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC, 4 válvulas
Cilindrada
847 cm³
Diâmetro x curso
78,0 mm x 59,1 mm
Taxa de compressão
11,5 : 1
Potência máxima
84,6 kW (115CV) @ 10.000 rpm
Binário máximo
87,5 Nm (8,9 kg-m) @ 8.500 rpm
Sistema de lubrificação
Cárter húmido
Tipo de embraiagem
Húmida, Multidisco
Alimentação
Alimentação
Sistema de ignição
TCI
Sistema de arranque
Eléctrico
Sistema de transmissão
, 6 velocidades
Transmissão final
Corrente

Quadro
Diamante
Sistema de suspensão dianteira
Forquilha telescópica
Curso dianteiro
137 mm
Ângulo do avanço de roda
25º
Trilho
103 mm
Sistema de suspensão traseira
Braço oscilante, Tipo Link
Curso traseiro
130 mm
Freio dianteiro
Disco duplo hidráulico, Ø 298 mm
Freio traseiro
Monodisco hidráulico, Ø 245 mm
Pneu dianteiro
120/70ZR17M/C (58W) (Tubeless)
Pneu traseiro
180/55ZR17M/C (73W) (Tubeless)

Comprimento total
2.075 mm
Largura total
815 mm
Altura total
1.135 mm
Altura do assento
815 mm
Distância entre eixos
1.440 mm
Distância mínima ao solo
135 mm
Peso (incluindo óleo e gasolina)
188 kg / ABS 191 kg
Capacidade Dep. Combustível
14 L
Capacidade Dep. Óleo
3,4 L

Yamaha FJ09
Yamaha FJ09
Yamaha FJ09
Yamaha FJ09
Fonte: Motorede.com.br

Triumph Tiger 800 ganha controle de tração e novas versões

O modelo ficou mais tecnológico e segundo a marca o motor 17% mais econômico. A linha 2015 da moto foi revelada no Salão de Milão, na Itália.
Triumph Tiger 800 XRx (Foto: Divulgação / EICMA)

Como principal novidade da Triumph no Salão de Milão (EICMA) 2014, que vai até o próximo domingo (9), a linha Tiger 800 mudou e ganhou novos equipamentos. Mantendo praticamente o mesmo visual e motor, a moto aventureira tem a estreia do controle de tração e acelerador eletrônico, que se tornam itens de série, juntamente com os freios ABS.

Na linha antiga, os modelos eram divididos apenas em Tiger 800, para a opção estradeira, e Tiger XC, para a versão com maior capacidade off-road. Agora existem versões de entrada e top de linha de cada, sendo que a Tiger 800 passou a ser chamada de XR.

Os modelos mais equipados, que trazem mapas de condução e piloto automático, são as XRx e XCx. De acordo com a empresa, são três níveis de atividade: Road, Off-road e Rider Mode.

O motor segue o mesmo de 3 cilindros e 799, que rebde 95 cavalos de potência máxima a 9.300 rpm e 8,05 kgfm de torque a 7.850 rpm. No entanto, a empresa ter tornado o motor 17% e pode rodar cerca de 438 km com o tanque de 19 litros, resultando em consumo médio de 23 km/l.
Triumph Tiger XCx (Foto: Divulgação / EICMA)
Fonte: G1

Primeira moto de rua da Husqvarna da 'era KTM' no Salão de Milão

A Supermoto possui motor de 67 cavalos e pesa 145 kg.
Husqvarna 701 Supermoto

Desde que foi comprada da BMW pela KTM, em 2013, a Husqvarna começou a renovar a sua linha de motos com foco em modelos de competição e lazer. No Salão de Milão (EICMA) 2014, a empresa apresentou os 3 primeiros modelos de rua de sua nova era: a 701 Supermoto e os conceitos 401 Vitpilen e 401 Svartpilen.

Mantendo o DNA esportivo da empresa de origem sueca e integrante do grupo austríaco KTM, a 701 Supermoto possui acelerador eletrônico, suspensões WP, freios ABS e embreagem anti-deslizante, que evita o travamento das rodas em reduções bruscas de marchas.

De acordo com a empresa, o motor monocilíndrico da 701 é capaz de gerar 67 cavalos de potência. As vendas começam em meados de 2015 na Europa.

Na "onda" Scrambler

Além da Supermoto, a empresa mostrou dois protótipos que devem dar base para futuras motos de rua. Seguindo conceito similar ao da recém-lançada Ducati Scrambler, a Husqvarna revelou as motos 401 Vitpilen e 401 Svartpilen.

Vitpilen significa "flecha branca" e Svartpilen "Flecha negra", ambas em sueco. Os modelos foram inspirados na Silverpilen de 1953, um moto clássica da marca. Assim como a Scrambler italiana, os conceitos reúnem características clássicas e modernas no mesmo conjunto.
Husqvarna 401 Vitpilen (Foto: Divulgação)

Husqvarna 401 Svartpilen (Foto: Divulgação)
Fonte: G1

domingo, 2 de novembro de 2014

YAMAHA LANÇA MT-09 COM MOTOR TRÊS CILINDROS

A Yamaha lança um novo motor de três cilindros, vindo a gerar a MT-09.
 
Com exatos 847 cm3, o modelo tricilíndrico, lançado no primeiro semestre de 2013, já está à venda na Europa e Estados Unidos, e fez uma aparição surpresa no estande da marca no Salão Duas Rodas 2013. Com um design e uma proposta nada convencionais, a MT-09 pode ser considerada uma das novidades mais ousadas da fábrica japonesa nos últimos anos.

Com a MT-09 a marca dos três diapasões arrisca com uma moto que mescla características de naked e de supermotard. Confesso que estava ansioso antes de retirar a nova tricilíndrica japonesa na Yamaha Portugal. Nada melhor que uma moto inédita para explorar as belas estradas portuguesas com bom “alcatrão”, como eles chamam o asfalto na “terrinha”.

Mescla de estilos

Vista de perto, a MT-09 é surpreendente. Seu desenho foi inspirado nas corridas de drift, nas gangues tatuadas, nas motos customizadas de Tóquio, que a marca chama de “o lado negro do Japão”.

A parte dianteira chama atenção. O tanque com linhas angulosas, as duas entradas de ar laterais e o quadro do tipo diamante abraçando o motor de três cilindros levemente inclinado à frente confere um ar musculoso ao modelo. Ao mesmo tempo, a ausência total de carenagens garante um visual leve, bem limpo. Além do design, o alumínio do quadro e rodas ajuda a fazer da MT-09 uma moto bastante leve: 188 kg em ordem de marcha, 1 kg a menos que a esportiva da marca, YZF-R6.

O farol e a lanterna seguem a mesma filosofia “clean”. Até exageram. Parecem ter sido adaptados ao modelo. O resultado ficou controverso: há quem elogie; enquanto outros, como um oficial da Polícia Municipal de Lisboa que me parou para conferir os documentos, perguntam se falta uma carenagem acima do farol poligonal. Há, mas como acessório.
Originalmente, a MT-09 é assim crua, despida como uma naked. Entretanto, nota-se a mescla de estilos. As rodas de liga leve são de 17 polegadas e calçadas com pneus de perfil esportivo sem câmara (120/70 na dianteira e 180/55 na traseira). Já o garfo telescópico invertido tem longo curso (137 mm) e o guidão é largo como em uma supermotard. Assim como o banco estreito na frente e as pedaleiras baixas.

Ao montar na moto, o assento a 81,5 cm do solo não é dos mais baixos. Porém, a junção entre o tanque o banco é estreita, que até mesmo os de estatura média conseguem colocar os pés no chão. Os braços ficam abertos e os joelhos, pouco flexionados resultando em uma posição de pilotagem mais ereta do que nas motos naked.

Muito torque

Ao despertar o motor, percebe-se um som mais grave do que outros tricilíndricos, como os da inglesa Triumph. Em parte por causa do ressonador instalado na caixa de ar, mas também por causa do seu virabrequim “crossplane”, com cada um dos três cilindros detonando individualmente em intervalos de 240 graus. Arquitetura já utilizada na superesportiva YZF-R1.

O principal objetivo do desenho crossplane não é somente um som diferenciado, mas também proporcionar um controle mais preciso do torque nas mãos do piloto. Ajuda nessa tarefa o acelerador eletrônico da Yamaha (ride-by-wire), que possibilitou a instalação de três mapas de gerenciamento do motor: standard, com um modo mais agressivo “A” e outro mais suave,”B“.

Os três cilindros trazem duplo comando para as 12 válvulas no cabeçote e refrigeração líquida. São capazes de produzir bons 115 cv a 10.000 rpm e 8,9 kgfm de torque máximo alcançados a 8.500 giros, mas muito bem distribuídos por uma ampla faixa de giros. Desde os 4.000 até 11.500 rpm, a faixa vermelha, há força suficiente para “esticadas” divertidas, e reduções no câmbio de seis marchas são, na maioria das vezes, desnecessárias.

O propulsor mostrou-se bastante espirituoso. Mesmo no modo standard, automaticamente escolhido quando se dá partida, as respostas ao acelerador são bruscas. O que por um lado incomoda se o objetivo for rodar tranquilamente, mas se torna divertido para pilotar trocando as marchas com os giros lá em cima.

Guerreira urbana

Aclamada pela Yamaha como uma nova geração de moto esportiva, a MT-09 pretende ser leve, potente e com bom desempenho para o uso diário. Dentro dessa proposta ela se sai muito bem. Afinal, com apenas 188 kg, 115 cv (mais que a Kawasaki Z 800, por exemplo) e torque à vontade para levantar a roda dianteira até mesmo em segunda marcha sem usar a embreagem, a MT-09 é o tipo de moto que instiga a acelerar.

A posição de pilotagem “peito aberto” aumenta ainda mais a sensação de velocidade e, por diversas vezes, me vi pilotando 20 km/h, 30 km/h acima do permitido. Ainda bem que as ruas lisboetas não são cheias de radares...

O guidão largo facilita a mudança brusca de direção, mas não atrapalha circular entre os carros. Compensa o reduzido raio de giro, um problema comum em nakeds mais esportivas. O baixo peso também faz da MT-09 uma moto ágil e precisa, gostosa de pilotar. 
Mas a resposta brusca do acelerador no modo standard fica ainda mais estúpida no modo “A”: qualquer ação no punho direito resulta em um tranco no piloto. Por isso, depois de algum tempo, percebi que o modo “B”, que não limita a potência final, mas apenas acalma a ação do acelerador eletrônico era o ideal para pilotar na cidade com mais conforto.

A troca de um modo para o outro, realizada por meio de um botão no punho direito, pode ser feita em movimento, desde que se feche o acelerador. O processo é um pouco desajeitado, afinal com a mesma mão você precisa parar de acelerar e ainda apertar o botão.

Os freios, com 298 mm de diâmetro na roda dianteira, contam com pinças de fixação radial. O conjunto garante uma mordida arisca e instantânea. Ainda sem uma versão com freios ABS, que deve ser lançada no final deste ano na Europa, a MT-09 tem a tendência em arrastar a roda traseira até mesmo em frenagens normais.

Em parte, a culpa é do design com o peso concentrado mais na dianteira. Mas o garfo telescópico invertido com curso de 137 mm na frente e ajustado para oferecer mais conforto afunda bastante nas frenagens, deixando a traseira mais leve. Para quem conhece Lisboa e suas estreitas ruas com calçamento de pedra sabe que isso exige certa atenção do piloto. 

O conjunto de suspensões, aliás, segue claramente a proposta urbana da MT-09. Tem curso maior que nas nakeds e absorve bem as imperfeições do piso e as emendas na Ponte 25 de Abril, que liga a capital portuguesa à região ao Sul do Rio Tejo. Na cidade, garante conforto e isola o motociclista dos obstáculos.

Apesar do comportamento esportivo e do meu ímpeto ao acelerador, o consumo não foi dos piores: 17,8 km/l no uso urbano. Com a capacidade de 14 litros do tanque, isso significa uma autonomia de cerca de 250 km.

Escapada rápida

Não via a hora de experimentar a Yamaha MT-09 em estradas. Para isso, escolhi um destino comum dos motociclistas de Lisboa e região: o Cabo da Roca, ponto mais ocidental do continente europeu, e como diz Camões, “onde a terra se acaba e o mar começa”. Partindo da cidade de Almada, ao sul do Tejo, escolhi uma rota margeando o litoral, passando pelas belas praias de Cascais e Estoril.

O torque da MT-09 é bem distribuído por todas as faixas de rotação. Na estrada de mão dupla, que margeia o Atlântico, as reduções de marcha só eram necessárias para ultrapassagens mais rápidas. Mas, na maioria do tempo, até se esquece qual a marcha engatada... Várias vezes, tive de olhar o indicador de marchas no painel de instrumentos da MT-09.

Pequeno e totalmente digital, o painel traz velocímetro, conta-giros com barras, marcador de combustível, relógio, dois hodômetros e indicador de consumo. Fica, inexplicavelmente, deslocado para a direita, ampliando a sensação de que falta algo na dianteira da moto. Aliás, pouco se vê da MT-09 quando está ao guidão: a posição de pilotagem ereta e “pra frente” deixa apenas o painel e os retrovisores à vista.

Na hora de subir a Serra de Sintra até o Cabo da Roca, mais uma vez o tricilíndrico mostra a que veio despejando torque de sobra, mas sem assustar mesmo no modo “A”. Vale ressaltar aqui que as respostas bruscas do acelerador são mais sentidas, e incômodas, em baixas rotações. A partir de 6.000 rpm a injeção eletrônica faz seu trabalho muito bem.
As suspensões – ajustáveis na frente e atrás – até suportaram bem a subida, quando não é preciso frear tanto e o motor dá conta de reduzir a velocidade. Já na descida, o conjunto mostra sua limitação. Nas curvas mais fechadas, não tinha certeza que a roda da frente estava onde eu realmente queria.

Decidi então pilotar de forma mais suave e fluida para testar os limites da MT-09. Claro que ela não chega ao nível de segurança que transmite uma esportiva ou uma naked, principalmente em curvas com o raio menor, mas a sensação transmitida pelo trem dianteiro melhorou e me senti mais seguro. Nada como respeitar os limites da máquina.

Na volta, decidi retornar pelas auto-estradas, com diversas pistas e curvas mais abertas. Apesar de o limite de 120 km/h, rodar nessa velocidade significa ser ultrapassado até mesmo por caminhões. No geral, quase todos dirigem a 140 km/h e nesse ritmo o motor vibra quase nada e gira pouco – cerca de 5.500 rpm – com bastante sobra para acelerar mais. E nas curvas de alta velocidade, a ciclística da MT-09 mostra-se estável e segura.

O vento, porém, incomoda e cansa. Afinal, apenas o pequeno farol tem o trabalho de desviá-lo do piloto. Definitivamente, o pequeno parabrisa deverá ser um dos opcionais mais vendidos na Europa ou quando a moto chegar por aqui.

Aposta ousada

Famosa por inovar ao longo de sua história, a Yamaha mais uma vez projeta uma moto que não tem nada de convencional. Seja pelo seu desenho “pelado”, pela posição de pilotagem que mescla a esportividade das nakeds com a agressividade das supermotard, ou ainda pelo “torcudo” motor de três cilindros, a MT-09 não é parecida com nenhuma outra moto disponível atualmente no mercado. Uma boa “cartada” da Yamaha para acabar com a mesmice.

Focada em um piloto que usa a moto diariamente, gosta de acelerar e pretende se divertir com pequenas escapadas no final de semana, a MT-09 cumpre bem sua proposta. Porém, se a ideia for fazer viagens mais longas, saiba que a ausência de carenagem e a pouca espuma no banco estreito cansam mesmo depois de uma viagem de 200 km. 
Em Portugal, a MT-09 sem ABS tem preço sugerido de 7.795 Euros. Mais barata que a naked FZ-08 (8.690 Euros) da própria Yamaha ou ainda que a Kawasaki Z 800 (8.990 Euros). Com isso, a nova tricilíndrica japonesa surge como uma boa opção nesse segmento de média capacidade cúbica com vocação esportiva. Uma moto de três cilindros, potente, leve e divertida de pilotar.

Fonte: Revista WebMotors